Amplas restaurações de resina ou de amálgama são encontradas rotineiramente no dia-a-dia clínico. No caso das restaurações de amálgama, elas foram por um longo período a melhor alternativa restauradora direta para casos de ampla destruição coronal, porém, a despeito de suas vantagens, devido ao seu alto coeficiente de expansão térmica e alto módulo de elasticidade – que podem levar a trincas e fraturas estruturais do dente; e a não serem estéticas – o que por si já pode ser considerado um critério de substituição, hoje é desinteressante manter amplas restaurações de amálgama pois já existem materiais melhores, e a substituição cuidadosa destas restaurações pode evitar ou pelo menos adiar fraturas estruturais do dente que levem a necessidade de um implante por exemplo.
As resinas compostas são uma opção de material para substituição de restaurações, porém, a indicação clássica de literatura para restaurações diretas de resina em posteriores, não embasa a utilização desses materiais de forma direta para reposição de cúspides, embasa a utilização em istmos menores que 1/3 da distância intercuspídea, apesar de hoje ser amplamente divulgado e demonstrada essa forma de utilização, como se pode ver na foto 1, onde o elemento 46 foi restaurado de forma direta, e apresentava grandes áreas de infiltração, além de perda da morfologia e desgaste que culmina com erupção do dente antagonista, criando problemas de desníveis oclusais.
Este relato de caso busca mostrar uma alternativa já amplamente conhecida, as restaurações indiretas cerâmicas tipo “onlays e overlays” produzidos com cerâmicas vítreas.
Paciente compareceu ao consultório com amplas restaurações de amálgama nos dentes posteriores, em ambos os arcos, sendo que várias delas estavam com fraturas de cúspides e em alguns dentes com grandes trincas e sensibilidade. O objetivo do tratamento foi o de permitir um maior conforto mastigatório e preservar as estruturas evitando fraturas dentais.